terça-feira, 14 de junho de 2016

Reaprendendo a Viver...






Ontem estava vendo o snap da Taci e ela falou uma coisa que realmente mexeu comigo. Como vocês sabem meu paizinho foi morar no céu a pouco tempo e assim como eu, a Taci também passou por uma perda grande quando era mais jovem e realmente quando passamos por essa situação gostaríamos de ser crianças para não sentir tamanha dor e desespero, mas se formos parar pra pensar somos abençoados por passar por isso, não por ter tanto sofrimento, mas por termos tido a oportunidade de conviver com quem tanto amamos. Quando meu pai faleceu desejei ser meu afilhado menor pois a criança em sua inocência não tem tanta noção do que esta acontecendo, ela percebe uma tensão no ar, as pessoas tristes ao seu redor, mas logo um brinquedo novo leva sua mente para outro lugar, mas quando somos adultos a dor e a saudade estão ali o tempo todo nos lembrando de que não temos controle sobre nada e que quando menos esperamos perdemos aqueles que amamos. Hoje não penso mais que gostaria de estar no lugar dele porque com o passar do tempo ele vai acabar esquecendo ou somente vai ter uma vaga lembrança, enquanto eu vou poder ter na minha memória cada sorriso, cada abraço, cada lágrima de emoção que rolou pelas nossas faces quando eu voltava de um passeio ou no dia do meu casamento, vou poder lembrar de como ele era carinhoso e do quão maravilhoso ele foi, não digo que não nos desentendemos, pois um relacionamento perfeito não existe, brigamos sim, não concordamos em algumas coisas, mas o amor sempre foi mais forte e superou tudo. Ainda dói muito e sei que vai doer por muito tempo, mas hoje sinto gratidão por ter podido conviver com esse homem fantástico por quase vinte nove anos. Dias atrás conversando com um colega ele disse que eu era privilegiada por ter tanto tempo com meu pai e que pra ele a dor de não ter lembranças era ainda pior, seu pai faleceu meses antes de ele nascer e ele não tinha nenhuma lembrança a qual se apegar, apenas a dor de não ter conhecido seu pai, a tristeza de ver outras crianças tendo o que ele nunca teve. E sei que quando tiver um filho vou sentir muito por ele não poder conviver com esse avô maravilhoso que meu pai sempre foi, meu pai sempre foi alucinado por crianças, daqueles que brincam com os netos, que abrem mão de assistir o jogo do time pra assistir desenho, daqueles avós que se fazem presentes com ações que marcam a nossa memória. Quero que meu filho conheça o avô, sei que não tem mais a possibilidade da convivência mas faço questão de contar pra ele como seria se meu pai estivesse aqui e claro, vai caber a minha mão a missão de achar um apelido, já que meu pai era o mestre em fazer isso e agora que ele não esta mais aqui não tem como fazer. Eu era sua bigotinha e continuo sendo, não perdi meu pai pois ele era e continua sendo meu pai, apenas não nos foi permitido conviver por mais tempo no mesmo plano, sei que ele olha por mim lá de cima e algumas vezes até posso sentir ele pertinho de mim. Pai sei que ai de cima o senhor ainda consegue ouvir quando digo que te amo e que o senhor esta sempre comigo. Obrigada por ter me dado 28 anos de amor, de carinho e de aprendizado.


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